quinta-feira, 23 de abril de 2015

Dubai histórica: entendendo o passado da cidade e aprendendo os costumes locais

*Por Danilo Godoy (texto e fotos)

As regiões de Bur Dubai e Deira são divididas por um canal. Podemos considerar que esta região foi a gênese de Dubai, no século 19, quando as primeiras tribos árabes se instalaram no local. Todo o passado de Dubai e como ela evoluiu deste pequeno povoado, até se tornar a cidade do futuro, tendo um dos aeroportos mais importantes do mundo, passando Heathrow, em Londres, como  hubs mais movimentado, pode ser visto no Dubai Museum, o único museu histórico da cidade que conta sobre o passado de Dubai, deixando um pouco de lado os arranha céus, e focando na cultura daqueles que um dia habitaram ali.
Mesquita Jumeirah
Engraçado pensar hoje em dia que Dubai é uma grande Babel, com pessoas do mundo inteiro, uma cidade onde todos são de outros lugares.

Aproveite a visita ao museu para se perder pelos mercados “souks”. Uma sugestão é começar pelo mercado de ouro e de temperos de um lado, fazer a travessia nos barcos tradicionais “abra”, que custam 1 AED (menos de R$ 1) e desembarcar na região dos tecidos e roupas. Este foi um dos passeios que mais gostei. A região antiga de Dubai é muito viva e você facilmente irá se enroscar com vários vendedores tentando vender relógios Rolex ou iPhones de maneira clandestina. 
Souks: tecidos e especiarias entre as especialidades
Os souks podem ser uma experiência muito bacana se você se jogar e participar destes encontros e conversas. Todos os vendedores jogarão panos em suas cabeças e vão falar que tem preços ótimos para pashminas. Mas, cuidado, não compre nada pelo primeiro preço que você ouvir. Negocie, e pode negociar bem. Se você tiver um pouco de lábia, é possível conseguir ótimos descontos, mas fique de olho na qualidade dos materiais.

Outra dica que não li em nenhum lugar e só vi lá: as melhores taxas de cambio em Dubai são nos souks, na hora de planejar seu roteiro pode valer a pena colocar essa região como uma das primeiras na lista.
Estação das abras, os barcos
Creek que separa os bairros Bur Dubai e Deira. O barco se chama Abra e faz as travessias de um lado para o outro
Dubai é uma cidade cosmopolita e uma das mais abertas do Oriente Médio. Seus grandes chamarizes são os prédios altos, a modernidade, as praias e as compras, porém, para um cidadão ocidental é possível fazer outro tipo de turismo em Dubai, mais cultural e entender um pouco sobre o islã e sobre os muçulmanos, afinal, nem tudo o que vemos na TV sobre o Oriente Médio é realmente como vemos.

Existe uma organização em Dubai chamada Sheikh Mohammed Bin Rashid Centre for Cultural Understanding, que faz parte de um projeto “Open doors. Open minds”. Eles possuem uma serie de turismos culturais, que passam longe do modelo clássico de “city tour”. Dois deles me chamaram a atenção: um café da manhã ou almoço típico, onde é explicado a história dos alimentos, de onde vieram e por que aquela cultura se alimenta de tal forma. O outro evento, que participei e gostei muito, é uma visita à Mesquita Jumeirah seguido de uma palestra sobre cultura e a religião islã.

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É um espaço onde qualquer um pode tirar suas dúvidas, desde as origens do por que as mulheres cobrem seus corpos até os significados das cinco rezas diárias que todo fiel cumpre todos os dias. Vale muito a pena adentrar nesse universo, independentemente de qual sua religião ou crença. Foi uma experiência muito interessante.
Dentro da Mesquita Jumeirah
Várias mesquitas possuem placas com escrito “somente entrada de muçulmanos”. Caso você encontre uma que não tenha essa placa, vale a pena se misturar aos locais, tirar os sapatos, lavar os pés, as mãos e o rosto e entender os costumes dessa religião e o porquê de todas essas etapas durante as rezas. Lembrando que homens e mulheres rezam em locais separados; e é muito mais comum ver homens entrando em mesquitas do que mulheres. As mesquitas possuem uma área reservada apenas para mulheres.
Dubai Museum
* Danilo Godoy é cineasta. Em Dubai, concorreu na categoria Best Fiction no Original Narrative com seu curta-metragem Minhas piores lembranças do fim do mundo são aquelas que não guardei nem por um segundo.

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