terça-feira, 7 de junho de 2011

Fernando de Noronha: o paraíso é lá

Por Thais Aline Cerioni*

Se existe um destino que vale a pena, sem sombra de dúvidas ele é Fernando de Noronha (veja mais fotos). Sim, os perrengues são muitos (começando pelosdois voos necessários para chegar lá), mas é um lugar incrível, com paisagens perfeitas. Por isso, decidi que esta seria minha primeira contribuição para o Mosaico!
Pôr do sol na Praia da Conceição, vista do bar do Meio, na Praia do Meio (nosso preferido)
Noronha é um destino que demanda pelo menos um pouco de planejamento prévio. Pela experiência que tive, sugiro uma estada de pelo menos sete dias para conseguir conhecer tudo direito sem fazer correria.
Primeiro passo é escolher a companhia aérea (em 2008, apenas a TAM/Trip e a Gol voam para lá), já sabendo que serão dois caros voos (um até Recife ou Fortaleza e outro até a ilha). Eu fui de Gol (na época, ainda Varig), porque preferi voar de Boeing (a outra opção usa aeronaves turbo-hélice Embraer, da Trip, para fazer a perna até a ilha).
Praia do Sancho, vista da Trilha do Mirante dos Golfinhos
A escolha de onde ficar também exige cuidados. Não existem hotéis ou resorts em Noronha; e as pousadas são divididas em domiciliares (muito simples), normais (OK) e “de charme” (carésimas). Apesar de ser chatinha com isto, fiquei na pousada domiciliar Solar das Andorinhas, no coração da Vila dos Remédios. Simples, mas limpinha - e com excelente localização e serviço muito simpático.

Finalmente, decida, de acordo com suas convicções turísticas, se comprará pacotes daqui ou escolherá os passeios lá. Gosto mais da segunda opção, mas mesmo assim já fui com a dica (excelente, aliás) de uma guia para me ajudar com os passeios.
Palácio São Miguel, sede da Administração da ilha
Na Ilha
Eu não comprei passeios de São Paulo, mas troquei alguns e-mails com a Patricia, que mora (ou morava, não sei) na ilha (trilhasdenoronha@hotmail.com), antes de sair e combinamos de encontrá-la no aeroporto. Então, ela nos levou até o nosso hotel (que ela também indicou e ajudou a agendar). Antes disso, ainda no aeroporto, é necessário pagar a “taxa de permanência”, que na época - em 2008 - era de algo em torno de R$ 30 por dia.

Na ilha, o meio de transporte principal é o buggy (até os taxis são, em sua maioria, buggys), mas também é possível andar de ônibus e, em alguns casos, em “lotações” em veiculos 4x4. Só há uma “avenida”, que na verdade é uma autoestrada (a BR) e cruza a ilha de norte a sul. Só há também um “centrinho”, a Vila dos Remédios, onde ficam vários restaurantes, a igreja, o banco (até 2008, só existia uma agência, do Banco Real), os correios, a prefeitura... enfim, a infra básica.
Forte dos Remédios, de dentro da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios
Tudo em Noronha é mais caro do que o usual, já que a ilha fica a 350 km de Recife e tudo tem de vir do continente. Grande parte do comércio e dos passeios só aceitam dinheiro vivo, portanto, é bom ir preparado. Quando fomos, demos sorte de estar rolando um festival gastronômico (a SPRW de Noronha, hehe), mas dizem que, normalmente, os restaurante são bem caros.
Baía dos Porcos, vista da Trilha do Mirante dos Golfinhos. Linda!
A programação (de badalação) noturna era bastante restrita: o Bar do Cachorro e a pizzaria. Não experimentamos nenhum dos dois. Nossas noites terminavam logo depois das palestras no Projeto Tamar, onde todos os turistas se reúnem para ouvir sobre a fauna da região. Como me disse a Olivia quando deu as dicas, “parece chato, mas é muito legal”.

As praias e os passeios
Obviamente, as praias são o ponto alto de Noronha. Lindas, lindas, lindas. Mas não espere muita infraestrutura e esteja preparado para andar bastante. Por isso, é imprescindível levar tênis ou papete, muito protetor solar, boné, óculos escuros e mochila/pochete. E a cada passeio sair com garrafinhas d’água e petiscos leves na bagagem.

Nós fizemos dois passeios de barco (gostamos mais do que fizemos com a Patricia, com mais paradas para mergulho e muito mais explicações sobre tudo), ambos no “mar de dentro”, como é chamada a face da ilha voltada para o Brasil. Na época em que fomos não era possível, mas existem passeios de barco no mar de fora também. Para os passeios de barco, faz toda a diferença ter seu próprio kit de snorkel, máscara e pé de pato. Nós levamos os nossos, mas é possível alugar por lá.
O pôr do sol mais concorrido, visto do Forte do Boldró
Além disso, fizemos (com o marido da Patricia) a Trilha do Atalaia, cinco horas de medo e cansaço, mas com paisagens deslumbrantes. Prepare o tênis, leve comida, água, camiseta, coragem e não olhe pra baixo nos desfiladeiros!

Fizemos também a Trilha do Leão, até o mirante da praia com mesmo nome. Bem bonito e interessante também, mas muito mais tranquilo e curto. Os demais passeios fizemos por nossa conta: Trilha do Mirante dos Golfinhos, Trilha do Boldró, Praia da Cacimba do Padre... Tudo usando os táxis-buggy e boas caminhadas.
Vista do mar, a partir da Trilha do Atalaia
A praia mais bonita (do Brasil, segundo dizem) é a Praia do Sancho, com seu mar azul perfeito e acesso de barco ou por uma escada na encosta (que eu não desci). Na nossa opinião, porém, ela compete taco a taco com a Baía dos Porcos, que fica logo ao lado e é acessível por uma trilha a partir da Cacimba do Padre. Incrível!

O pôr do sol mais famoso é o do Forte do Boldró, lindo mesmo, mas a muvuca excessiva nos irritou, então, elegemos o Bar do Meio, na praia de mesmo nome, como o que proporcionava o pôr do sol mais gostoso e bonito - além de ter um bar pronto para nos servir!

Finalmente, a Praia do Sueste é o paraíso das tartarugas. Lá você nada com tartarugas de várias espécies e tamanhos - e pode, como nós, encontrar uns tubarõezinhos pelo caminho. Mas não se desespere: devido ao ecossistema balanceado, eles não gostam de humanos e nunca houve registro de um acidente com tubarões em Noronha!! Nessa praia é preciso alugar colete e é recomendável entrar na água com um guia, pois há muita corrente.

O extremo norte da ilha também oferece passeios interessantes, como o Museu do Tubarão (onde se pode comer um bolinho de Tubalhau), o Mirante da Ponta da Air France (que tem esse nome desde mto antes de 2009.....) e o Porto.
Casa dos artistas plásticos, na ponta da Air France
Fotos: Roberta Prescott e Thais Cerioni

Informações práticas
Quando fui: dezembro de 2008
Hotel que fiquei: Pousada Solar das Andorinhas
Preço: 220 reais para duas pessoas, por noite
O que achei do hotel: simples, como todos, porém com serviço simpático e muito bem localizado
Por onde reservei: com ajuda da Patricia (trilhasdenoronha@hotmail.com)
O que levar para Noronha: roupas confortáveis, tênis e/ou papete, chinelo, roupas de banho, um agasalho, camiseta de surfista (ou algo para entrar na água), mochilinha/pochete, boné, protetor solar, repelente, máquina fotográfica subaquatica, pé de pato, snorkel e máscara, dinheiro em espécie, alguns remedinhos (é dificil encontrar lá, só há um posto de saúde e o hospital mais próximo está há 350 Km)
Não esqueça: Noronha fica em outro fuso horário, uma hora a frente do horário de Brasília

* Companheira de todas as horas, Thais é uma super jornalista, que vive antenada em tudo e adepta às redes sociais. Morre de medo de avião, mas o superou para ir conhecer as belezas de Noronha


>>> Guia de hotéis e avaliação das hospedagens

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