sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Para saber antes de embarcar para Cuba

Hotel Nacional em Havana
Ao contrário de todas as minhas viagens, as quais eu mesma faço todas as reservas, para Cuba usei uma agência de turismo. Foi esta a orientação que recebi de alguns amigos e parentes que viajaram à ilha recentemente. Eu montei o roteiro detalhado e passei para duas agências cotarem hotéis, traslados entre as cidades, seguro de saúde, visto e passagens. Acabei fechando com a que teve o melhor preço. Não foi das melhores experiências, mas no fim deu tudo certo. 

Independentemente se você planeja sua viagem por conta ou com agência, sempre é bom saber itens como visto, seguro de saúde, moeda, hospedagem, entre outros. Confira abaixo algumas dicas.

Visto
É necessário ter a chamada tarjeta turística para entrar no país. Eu obtive o documento por meio da agência que comprei a passagem, hospedagem e transfer, ao custo de USD 30. Em outros blogs, vi que se pode tirar com a companhia aérea (Copa Airlines) ou junto ao escritório do consulado no Brasil (veja o formulário para pedir o documento), sendo necessário comprovar passagem e hospedagem. Com este cartão, o turista pode ficar 30 dias na ilha — também li que este período é prorrogável, mas o site da diplomacia cubana deixa a desejar no quesito informações práticas.

Vacina
Não é exigida nenhuma vacina para entrar em Cuba. Eu levei minha carteira internacional com o registro da imunização contra febre amarela, mas só porque fica junto com o passaporte. Vale checar se o país onde fará conexão exige a vacine. Para o Panamá, não foi necessário.

Quando ir
Entre novembro e abril é a chamada estação seca, então, me parece mais agradável. Importante lembrar que Cuba está situada no Golfo do México, onde existe forte incidência de tornados e furacões, principalmente a partir do fim de agosto até outubro. Fui entre dezembro e janeiro e adorei a temperatura agradável e o calor sem insuportável — até senti falta de ter mais roupa quente em Havana nos dias que choveu. A única coisa chata é que, por estar no hemisfério Norte, inverno, o sol ia embora cedo e umas 18 horas, 19 horas já era noite.

Moeda

Cuba opera com duas moedas oficiais, ambas são pesos cubanos, mas um conversível (o CUC) para os turistas e o outro não, ficando para os cubanos, o CUP, mas que eles chamam de apenas peso ou peso nacional. Nas conversões oficiais, o CUC está equiparado ao dólar — virá assim no seu no cartão de crédito, contudo, nas cadenas, como são chamadas as casas de câmbio, a cotação não era bem esta. As que vi (e elas não variavam muito) eram de 0,87 dólar americano e 1,04 de euro. Também são aceitos dólar canadense (0,67) e libra (1,40). O real não é aceito. Eu levei euro e libra para não perder com a cotação.

Quanto levar de dinheiro

Este é um assunto delicado já que as pessoas têm diferentes padrões de viagens. A quantia vai depender ainda do tipo de hospedagem. Se for um hotel com tudo incluso, como é o caso da maioria dos resorts, deve-se considerar levar dinheiro para pagar os extras.

Não achei caro comer em Cuba (em média, uns 20 CUCs por refeição). Os táxis são caros e, como eles não usam taxímetro com turistas (o carro tem e nunca ligam), é preciso acertar com o motorista o valor da corrida antes de entrar no veículo.

Dê uma olhada neste post que fiz com os preços praticados entre dezembro/2015 e janeiro/2016.

Aceita cartão?
Não conte com isto. É preciso se planejar financeiramente muito bem, porque, na maioria dos lugares, não haverá máquina — e, quando houver, repare se ela ainda é aquela que tem papel e carbono! No resort em Cayo Santa Maria, uma das agências de turismo usava justamente este modelo para passar cartão. As outras duas, tinham versões mais modernas. Já o hotel na Costa Sur/Península Ancón não aceitava cartão.

Em Havana, vi mais lojas aceitando cartão, com, inclusive, propaganda incentivando o uso nacional. Em geral, os hotéis quatro ou cinco estrelas aceitam.

Seguro de saúde
Obrigatório fazer. Atenção: o benefício de seguro de saúde para quem compra a passagem com Visa Platinum não vale para Cuba. Eu comprei o meu com a agência de turismo que fechei a viagem.

Onde ficar
Há diversas opções de estadia, de casas particulares cadastradas pelo governo (há um símbolo na fachada do lugar) até resorts cinco estrelas com tudo incluso. Há casas que são muito bem conservadas e agradáveis para ficar e outras que, pelo menos de fora, eram terríveis. Eu fiquei em hotel — veja aqui a avaliação deles —, mas, se preferir este tipo de acomodação, minha recomendação é checar nos blogs de viagens para ter indicações de casas. No fim deste post, coloco indicações de blogs que li antes de ir.

No caso de hotéis, também precisa pesquisar bastante, porque existem muitas opções que estacionaram no tempo e estão malconservados. Caso não queira arriscar, melhor escolher algum de rede internacional (vi só espanholas).

Internet

O acesso à Internet está crescendo no País e a qualidade da conexão, melhorando. Há pontos de acesso Wi-Fi espalhados por diversos pontos de Havana e Trinidad (imagino que em outras cidades também). Encontrá-los não é difícil: basta achar uma concentração de pessoas usando computadores e celulares.
Nestes locais, a Empresa de Telecomunicações de Cuba, a Etecsa, instalou rede e roteadores. Para usar, deve-se comprar um cartão com usuário e senha (PIN). Alguns hotéis usam o mesmo cartão, mas os preços variam. No Hotel Playa Cayo Santa Maria, meia hora custava 1 CUC e no Club Amigo Costasur pagava-se 4,50 CUCs por duas horas. No Hotel Meliá La Havana, que tinha rede própria, o valor da conexão era um assalto: 5 CUCs por apenas uma hora.

A conexão cai de vez em quando, mas dá para checar e-mail, redes sociais, mandar fotos pelo WhatsApp e acessar sites — o que, aliás, diferentemente da China, não existe bloqueio a nenhum endereço. 

Conheça mais de Cuba: leia os outros posts sobre este país incrível

Gorjeta
Dar propina, como se chama gorjeta em espanhol, é bastante comum e esperado pelos cubanos. Eles, muitas vezes, dão um jeito de pedi-la em diversas ocasiões, como quando pedimos para o motorista do ônibus, em Havana, que fazia o trajeto hotel-centro, parar um pouco antes, na rua mesmo, para descermos. Há também ocasiões nas quais eles proporcionam alguma regalia ou ajuda (tirar uma foto, mostrar algo no museu) e esperam uma recompensa. Uma sugestão é trocar as notas em moedas pequenas e separá-las para isto. Muitas destas “ajudas” só valem alguns centavos de CUCs!

Com relação aos 10% pelo serviço nos lugares, apenas em um restaurante (El Palio) que fomos colocaram na conta. Nos demais, espera-se que você deixe alguma gorjeta.

Um detalhe: os canadenses, que são os que mais visitam a ilha, dão muita gorjeta. No resort em Cayo Santa Maria, que tinha tudo incluso, os canadenses sempre davam 1 CUCs para os garçons ao pedir qualquer coisa no bar.

Assédio aos turistas 
Antes de ir, já haviam me alertado do alto assédio aos turistas. Neste post, o blog Nativos do mundo conta que estes caras são os jineteros e explicam que são figuras comuns, em toda Cuba, que ganham dinheiro com o turismo informalmente e ilegalmente, tendo comissão de restaurantes ou casas particulares para levarem turistas até esses locais. Não achei tão pesado como eles colocaram no texto  não cai em nenhuma conversa deste pessoal. Mas vale o alerta!

Realmente, há muita encheção, principalmente, em Havana. Eles ficam no local onde param os ônibus dos hotéis e te oferecem de tudo: passeios de carruagem, guia particular, charutos, rum etc. Sim, é chato, mas eles não vêm atrás, forçando os turistas a aceitar as coisas a qualquer custo — em Cartagena de Índias, na Colômbia, achei bem pior. Para se safar, vá no simples “no, gracias” e, se não funcionar, diga que já fez o passeio ou já comprou charutos e rum. Conosco a técnica funcionou bem.

O povo cubano
Alegres e muito simpáticos, os cubanos são ótimos de papo e muito amáveis. Quando veem um turista, logo, perguntam de onde a pessoa é. Se a resposta for “do Brasil”, engatam em papo sobre novelas (quando fomos estava começando Império, da Rede Globo), futebol e mulheres bonitas. E, claro, muitos deles têm amigos ou parentes que são médicos no Brasil, o que sempre me levava à pergunta subsequente: gostam do Brasil? Estão satisfeitos? Todas as respostas que eu obtive foi de que adoram o nosso País e estão supersatisfeitos, porque o nosso governo os paga muito bem, é o melhor lugar para ir.

Esta simpatia toda pode esconder uma proposta para levar o turista a comprar algo ou a ir a um lugar específico (veja acima). Mas não é sempre. Muitos só querem bater papo e saber um pouco mais da nossa cultura.

Confira todas as fotos de Cuba no Facebook do Mosaico!  

Eles também são muito, mais muito, xavequeiros. Quando passa uma mulher — e no nosso caso éramos duas viajando —, perguntam de cara se querem namorado cubano. E isto pode ocorrer na rua em Havana ou ouvir do funcionário do resort. Na maior parte dos casos, eles foram respeitosos e desistiram fácil. Não são de pegar ou não deixar você ir embora.

Em Havana, estávamos andando pela orla toda, desde o Castillo de San Salvador de la Punta até chegar à Praça Velha quando dois pescadores puxaram papo. Foram caminhando conosco quase tudo. A conversa foi agradável e perguntamos algumas coisas sobre Cuba que tínhamos curiosidade. Eles pararam para pescar e, ao se despedir, deu o telefone fixo (porque a chamada é praticamente grátis) para ligarmos, caso queiramos jantar na casa deles um peixe!

Links
Alguns posts que li antes de embarcar:


                                                                      >>> Guia de hotéis e avaliação das hospedagens

2 comentários:

  1. É interessante saber sobre o cartão de crédito, achava que fosse aceito na maioria dos lugares. Então vale a pena levar dinheiro.

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    Respostas
    1. Olá, obrigada pelo comentário. Sim, prefira moeda e leve euros, porque é mais valorizado e não perde muito no câmbio. Cartão, pelo menos há um ano quando eu fui, era aceito nos hotéis e em alguns poucos lugares.
      Boa viagem!

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