sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Lua de mel em Cingapura, a cidade dos superlativos

Por Gustavo Brigatto e Luciana Ferraz*

Você já deve estar pensando "nossa, como assim uma lua de mel em Cingapura!" Ouvimos muitos comentários desse tipo. Reconhecemos que não é um destino comum para esse tipo de viagem, mas tínhamos muita vontade de conhecer a Ásia. Assim, escolhemos Cingapura por sua mistura de ocidente e oriente, o que se revelou uma opção bem acertada!

 

A cidade-estado é famosa pela riqueza cultural e étnica: mistura de ingleses com chineses, árabes, indianos e malaios. São quatro idiomas oficiais, sendo o inglês o predominante. A moeda local é o dólar de Cingapura, que, em 2011, vale ente R$ 1,4 e R$ 1,5. A pequena ilha também é conhecida pela organização, limpeza, luxo e pelos vários títulos de grandeza.
É lá que está o maior aeroporto e a maior roda-gigante do mundo, a piscina mais alta, o hotel que teve a construção mais cara, o porto mais movimentado, onde tem mais motivos para multas e a maior concentração de milionários, sem falar na melhor companhia aérea, a Singapore Airlines - que, por sinal, é controlada pelo governo.
Gu e Lu 
A ilha tem uma história recente. Foi só em 1965 que ela se tornou completamente independente (já foi colônia britânica e fez parte da Malásia) e, nas últimas duas décadas, experimentou um boom econômico digno de um tigre asiático. Hoje, o país tem o quarto maior PIB per capita do planeta (US$ 51,1 mil) e virou um centro luxuoso de compras. Umas das inúmeras lojas da francesa Louis Vitton, por exemplo, esta sobre as águas da marina, que é um dos cartões postais da cidade.
O crescimento econômico refletiu-se no aumento do padrão de vida e também em expansão geográfica. Para ganhar mais espaço, o governo tem usado toneladas de terra e areia para aumentar o território do país, aterrando o mar. É em uma dessas áreas que antes era mar que está um dos hotéis mais famosos da cidade, o Marina Bay Sands, construído a um custo de US$ 8 bilhões.
Vale a pena investir um pouco e se hospedar por pelo menos duas noites lá. As suítes são grandes e luxuosas, há várias opções de restaurantes, fora o shopping e o cassino. Mas o grande benefício de ser um dos hóspedes é ter acesso livre à piscina de fundo infinito no 57º andar e ao Sky Path onde é possível ter uma linda vista de toda a cidade.
Piscina de fundo infinito no 57º andar do Marina Bay Sands
Mas a estratégia de aterramento trouxe um problema. Cingapura não tem praias naturais. Todas elas foram feitas artificialmente e não tem beleza alguma, mesmo as localizadas na ilha de Sentosa, a “Disney” de Cingapura com Universal Studios, Hard Rock Café e hotel, além de uma porção de lojas de luxo e atrações como a descer uma ladeira em um carrinho tipo rolimã, batizado de Luge e o teleférico. Sentosa está tão próxima da grande ilha que é possível caminhar até lá. Isso mesmo.

Saindo do Shopping Vivo (que nada tem a ver com a operadora brasileira), dá para cruzar o mar seguindo a pé sobre uma charmosa passarela que tem esteiras rolantes em alguns trechos. O passeio dura uns 15 minutos. Quem não quiser andar pode pegar o monorail, ou o teleférico. Em todos os casos é preciso pagar uma taxa de um dólar de Cingapura para entrar na ilha.

Mas, afinal, o que tem de mais legal para fazer em Cingapura e quanto tempo é indicado para conhecer o principal. Ficamos seis dias e podemos dizer que conhecemos a ilha muito bem, sem correria. Conseguimos até ter um dia inteiro dedicado ao GP de Formula 1. A cidade sedia a única prova noturna do circuito. E é claro que nós tínhamos que ir. Não foi difícil achar ingressos, mas acabamos pagando caro pela falta de planejamento: o pacote que compramos dava direito a entradas para os treinos de sexta e sábado e para a prova, no domingo. Mas só aproveitamos o domingo. 
Passamos as primeiras noites no Swissotel Merchant Court que tem uma localização ótima. Fica ao lado do Singapore River e do Clarque Quay onde há muitos bares e restaurantes em um calçadão à beira do rio, inclusive o The Clinic, que parece um hospital. Mesas de cirurgia, cadeiras de rodas, garçons vestidos de médicos e enfermeiros. O cardápio também lembra um hospital: a bebida típica é a Blood Transfusion, uma bolsa de transfusão de sangue recheada com uma bebida com gosto de cereja.
Luciana no The Clinic
UPDATE: O bar deixou de funcionar em meados de dezembro de 2011. Aos beberrões e aos fumantes, uma dica: esses dois itens são extremamente caros em Cingapura. É que para desestimular o consumo, o governo aplica um imposto de 100% neles. Sendo assim, não se assuste em ter que pagar até 15 dólares de Cingapura por cada cerveja consumida! 

>>> Confira aqui uma sugestão de roteiro: 5 dias em Cingapura.

* Um casal mais que querido, Luciana e Gustavo, além de terem sido feitos um para o outro, são competentes jornalistas. Casaram-se em Ribeirão Preto, o que me rendeu um post, quando mostrei um pouco da cidade além do bar Pinguim

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