Além da fumaça dos escapamentos dos carros e prédios novos e antigos espalhados, São Paulo destaca-se pelo que há de mais alto e mais baixo da gastronomia. A metrópole abriga o que há de melhor na América Latina. São comidas para todos os gostos e de todos os tipos e nacionalidades (o que a própria miscigenação e convergência de povos para cá sugere como algo viável, correto e louvável).
Dentre as curiosidades, uma vez eu ouvi em algum papo de bar - e nesses casos acho que não vale a pena checar a veracidade da informação - que ,se um paulistano quisesse conhecer todos os restaurantes da cidade, teria de almoçar e jantar fora durante mais de 30 anos! Apaixonado por sanduíche, fiz uma lista para ajudar quem vive ou está aqui de passagem a conhecer esses, que são marcos de uma sociedade que busca uma comida saborosa, prática, sem frescura e rápida. Confira:
1 - Bauru do Ponto Chic: O sanduíche que ficou nacionalmente famoso teve origem nesse singelo restaurante localizado no Largo do Paissandu, atrás da Galeria do Rock, no centro de São Paulo. Diferente da versão que se espalhou por cardápios de botecos do Brasil afora (pão francês, tomate, presunto e queijo), o original traz uma camada monstruosa de quatro tipos de queijo fundidos, rosbife, pepino, tomate em um pão francês. Reza a lenda que o lanche foi inventado pelo freguês Casemiro Pinto Neto (chamado de Bauru) e passou a fazer sucesso entre os freqüentadores do local. Além da matriz, existem outras duas lojas da rede, uma na Barra Funda e outra na região da Paulista. Seja qual for o escolhido, lugar é simplão.
Serviço: Largo do Paissandu, 27
2 - Sanduíche de mortadela do Mercadão: instituição paulistana, o sanduíche de mortadela do mercado municipal é uma bomba deliciosa. Não há frescura na composição da iguaria: quase meio quilo mortadela na chapa em um pão francês. Pode haver algumas variações, como com queijo ou algum tipo de vegetal. Legal é que, com o sucesso do quitute, diversas lanchonetes do local começaram a reproduzir a receita. Eu, particularmente, prefiro o do Bar do Mané, no piso térreo, perto das bancas de azeite e laticínios. Fundado em 1933 – mesmo ano do nascimento do glorioso Esporte Clube Mundo Novo, de Três Coroas – o lugar serve mais de 8 mil sanduíches por semana.
Serviço: Rua da Cantareira, 306 (Mercado Municipal, Rua E, boxe 14)
3 - Sanduíche de pernil do Estadão: o nome do lanche remonta dos tempos que o bar vizinhança a redação de O Estado de São Paulo. O jornal mudou-se para um prédio na Marginal Tietê, mas o sanduíche já havia sido batizado. Os criadores desse lanche souberam como tornar saboroso a união de coisas aparentemente simples pernil... molho a base de cebola, tomate e pimentão... pão francês. Com isto, virou um ícone da cozinha paulistana de boteco. No centro da cidade, dizem que se trata do primeiro bar 24 horas do Brasil.
Serviço: Viaduto 9 de Julho, 193
4 - Beirute do Frevo: não conhecia esse tipo de sanduíche (beirute) até vir para São Paulo. Na essência, trata-se de rosbife, queijo prato tostado, tomate e orégano recheando um pão sírio. Neste local, há de se dar destaque para a sobremesa carinhosamente chamada de Faro Fino (sorvete, caldas e paçoca). Gosto, em especial, da lanchonete que fica na Augusta, pois pode ser um bom local para discutir um filme depois de uma pretensiosa sessão de cinema no espaço Unibanco, na quadra abaixo.
Serviço: Rua Augusta, 1563
5 - Hamburguinho: para finalizar, um hambúrguer que melhor simboliza o sabor da cidade para esse estilo de sanduíche. Carne bem preparada montada com boa quantidade de queijo, alface, tomate e maionese da casa. O nome no diminutivo engana o grande potencial que tem esse lanche. Recomendo a loja na rua dos Pinheiros, com somente um balcão com uns 20 lugares e de onde pode-se acompanhar a preparação do prato. Sempre que posso vou lá!
Serviço: R. dos Pinheiros, 1072
Fotos: divulgação
* Nascido em Três Coroas (RS), mudou-se para São Paulo em 2006. É jornalista especializado em TI, faz sua própria cerveja e é dono de um humor único! Já escreveu outros posts no Mosaico!
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